sábado, 19 de dezembro de 2009

Chegou o grande dia

Eu jurei que a minha esposa seria a única mulher que eu amaria... Mas quando eu soube que você viria, fiquei tão ansioso, com o olhar, perdido, sorriso nos lábios... Me imaginei lhe abraçando, beijando, fazendo carinho... levando pra passear, dando presentes... Sonhei em cantar uma música pra você, desejei fazer você dormir no meu colo e ensiná-la, quem sabe, a tocar violão, violino, flauta, piano...Quando a vi, tão pequenina, tão frágil, tão linda, imaginei que já juntava suas mãozinhas para orar comigo e já sabia que a amaria mais que qualquer outra pessoa...
Me apaixonei por uma menina. Que acabou de nascer...

Quarenta semanas e 4 dias. Foram longos, especialmente os últimos. Muitas idas ao médico, exames e mais exames, ultrassons e etc...
Mas, enfim chegou o grande dia. Tudo pronto: berço, carrinho, cadeira de papá, de carro, trocador, banheira, proteção do berço, colchãozinho, mantas, panos de boca, lenços, vestidinhos, bodies, pijaminhas, um monte de outras coisas e fraldas, muitas fraldas.
Sem contar que troquei de carro, mexi na casa, mudei até o meu jeito de ser - afinal, agora sou um pai de família.
se você não tem filhos, nem tente imaginar como é isso. Só vivendo.
Ela chegou. E entre outras muitas alegrias e realizações, fez uma coisa maravilhosa: eu estou ainda mais apaixonado pela mãe desse meu tesouro...
Para a maternidade, enfim. E lá eu vi a coisinha mais lindinha deste mundo. E veio para os meus braços.

Te agradeço, meu Deus. Eu não mereço tudo isso que o Senhor está fazendo na minha vida. Além de tudo o que o Senhor já tinha me dado, ainda me trouxe a minha esposa e agora a minha filha. Te louvo, meu Deus, porque eu aprendi que milagres realmente existem. E cabem no nosso colo.
Não aceito quando dizem que foi o acaso, a evolução, a seleção natural que fez isso. Não. Somente um Deus cujo sobrenome é Amor poderia fazer isso.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

20 de novembro

Há alguns dias foi comemorado (aliás, acho que foi só lembrado) o Dia Nacional da Consciência Negra. Interessante que não há comemoração no dia 13 de maio, dia da libertação (oficial) dos escravos, na então moribunda monarquia brasileira. Afinal, o treze de maio foi apenas um ato, ridículo a meu ver, sem planejamento, com consequências terríveis para o amplo contingente escravo do País. A "liberdade" lançava um grupo imenso de pessoas (com status de coisa) em uma situação quase tão ruim quanto a escravidão. Não tinham dinheiro nem propriedades, educação, direitos, perspectivas ou apoio. Criou-se, então, algo ainda mais perverso. O negros foram substituídos por trabalhadores, quase totalmente europeus, assalariados. Ou seja: não bastar colocar os antigos escravos em situação de penúria. Ainda há que privá-los de empregos. A consequências são óbvias. Mais de 120 anos depois da abolição ainda a maior parte das pessoas em situação de baixa renda, baixa escolaridade, baixo poder aquisitivo e afins é negra. É fato também que houve mistura de etnias (me recuso a utilizar a palavra "raça") e hoje alguns descendentes de escravos que não foram, digamos, "agraciados" com pele escura simplesmente não podem participar das cotas para "afrodescententes". Mas isso é outra estória... Outro dia escrevo sobre as cotas. O fato é que há muito o que fazer para melhorar a vida da parcela da população que ainda sofre as consequências dos mais de 350 anos (oficiais) de regime escravista no Brasil.
Mas e o 20 de novembro? Dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. Zumbi lutou por algo mais que a liberdade, concedida de forma quase patética pela Princesa Isabel, quase 200 anos depois de sua morte. Lutou por um povo que tivesse identidade, organização, liderança, orgulho. Há, porém, quem diga que ele, justo ele, também escravizou outros negros. Há muitas estórias, mitos. Porém há um fato que ilustra a triste realidade do nosso país. Em muitas cidades, inclusive na minha existe uma rua chamada (Domingos) Jorge Velho (isso mesmo, ele foi o mercenário que destruiu o quilombo e seus habitantes, além de exterminar um número incontável de índios), bem perto do centro, e outra chamada Zumbi dos Palmares, bem longe, na periferia. Talvez isso seja só um sinal. Sinal de que ainda estamos longe, muito longe, de onde deveríamos estar.

Recomendo:
http://www.saraivajur.com.br/menuEsquerdo/doutrinaArtigosDetalhe.aspx?Doutrina=680
http://www.jornaldedebates.com.br/debate/dia-consciencia-negra-que-falta-para-superar-preco
http://www.suapesquisa.com/datascomemorativas/dia_consciencia_negra.htm
http://www.logado.info/guias/quem-foi-o-zumbi-de-palmares
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u689.jhtm

sábado, 15 de agosto de 2009

Oswaldo Cruz

Depois de algum tempo sem Internet - aliás, sem monitor (meu monitor pifou) - trago mais uma postagem. Um texto que recebi do informativo jurídico Migalhas (www.migalhas.com.br), homenageando o grande Oswaldo Cruz, cujo aniversário, lembrado com o Dia Nacional da Saúde, 5 de agosto.

Abraço

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"Desejo com sinceridade que não se cerque a minha morte dos atavios convencionais com que a sociedade revestiu o ato da nossa retirada do cenário da vida. Pelo respeito que voto ao pensar alheio, não quero capitular de ridículos esses atos: julgo-os para mim completamente dispensáveis e espero que a Família, que tanto quero, se conforme com esses inofensivos desejos, que nasceram da maneira pela qual encaro a morte, fenômeno fisiológico naturalíssimo, ao qual nada escapa. Tão geral, tão normal, tão banal, que julgo absolutamente dispensável frisá-la com cerimônias especiais. Por isso desejaria que se poupasse aos meus a cena da vestimenta do corpo, que bem pode ser envolvido em simples lençol. Nada de convites ou comunicação para o enterro, nem missa de sétimo dia. Nem luto tampouco. Este traz-se no coração e não nas roupas. Peço encarecidamente aos meus que não prolonguem o natural sentimento que trará minha morte. Que se divirtam, que passeiem, que ajudem o Tempo na benfazeja obra de fazer esquecer. Não há vantagem alguma de amargurar com lágrimas prolongadas os tão curtos dias da nossa existência. Portanto, que não usem roupas negras, que além de tudo são anti-higiênicas em nosso clima; que procurem diversões, teatros, festas, viagens, a fim de que disfarcem essa pequena nuvem, que veio empanar a normalidade do viver de todos os dias. É preciso que nos conformemos com os ditames da natureza. A meus filhos, peço que não se afastem do caminho da honra, do trabalho e do dever, e que empunhem como fanal e elevem bem alto o nome puro, honroso e imaculado que herdei como o melhor patrimônio da Família, e que a eles lego como o maior bem que possuo. A minha querida esposa, tão sensível, tão impressionável, tão difícil de se conformar com as dores da nossa vida, peço que não encare a minha morte como desgraça irreparável; peço que se console com rapidez e não deixe anuviado pela dor esse espírito vivaz, inteligente, espirituoso, que constituía a alegria do nosso lar e o lenitivo pronto para os sofrimentos que por vezes deparávamos. Aí ficam nossos filhos, outros tantos rebentos em que vamos reviver, garantias seguras da nossa imortalidade - que se encarregarão de levar através do espaço e do tempo as porções do nosso corpo e do nosso espírito de que os fizemos depositários, quando ao mundo vieram. Quanto aos bens de fortuna que deixo, espero que sejam divididos por minha esposa entre os filhos. Espero e rogo que nunca a questão de bens materiais venha a trazer a menor discórdia entre os meus: seria para mim a mais dolorosa das contingências. Peço a meus filhos que acatem sem discussão a divisão que deles fizer minha Esposa."
Oswaldo Gonçalves Cruz

sábado, 4 de julho de 2009

Michael

Abro o orkut. Vou em "Comunidades". Vejo uma das minhas: "Anos 80 - Luto". Ué, porque o luto? Ah, é... O Michael Jackson morreu...

Caramba, não teve outra notícia mais comentada, discutida, especulada, aumentada ou desprezada nos últimos dias. Todo mundo, em todo lugar está falando - bem ou mal - do Michael. Do mito. Do músico. Do dançarino. Do gênio. Dos escândalos. Da morte.

De fato, quem viveu os anos oitenta (ou seriam oitentas? Fui pesquisar e fiquei mais confuso), e digo viveu, não apenas passou por eles, sabe o que representou o então jovem cantor e dançarino, que inovou com os clipes musicais que estavam mais para super-produção... Aliás, exagero sempre foi uma marca do Michael. E infelizmente ele exagerou nos remédios.

Ele exagerou também nas roupas, nas músicas, nas ideias... Quem não se lembra de "We are the World", composta por ele e Lionel Richie, que reuniu 45 artistas norte-americanos para arrecadar fundos contra a fome? A ideia foi dele.

Coisa de americano. Coisa de mito.

Pois é. Achei uma pena a morte dele. Não que fosse seu fã. Nos anos oitenta, lá pelos meus 7 ou 8 anos, eu e as torcidas do flamengo e do corinthias sabíamos fazer o tal moonwalk e dançar um pouco de break. Todo mundo gostava de ouvir e ver Michael Jackson. Achei um pena ele morrer aos 50 anos. É muito cedo. Estava com uma agenda cheia, pronto pra voltar aos palcos e, pela primeira vez, seus filhos veriam uma performance sua no palco.

Me lembro dos lançamentos de discos com tremendo estardalhaço, do casamento com a Lisa Presley e das denúncias de abuso de crianças.

Milhões de fãs pelo mundo que o amaram, o admiraram, o idolatraram... Mas, quem o conheceu? Esta é uma realidade triste nas pessoas famosas: não as conhecemos. Conhecemos apenas sua arte, seu trabalho, sua fama, sua voz, suas manias até, mas não seus corações. Para isso teríamos de ser seus amigos, no mínimo, e conviver com elas, pelo menos.

Mas, esta é a vida injusta que vivemos. Quando chegar a nossa vez, também deixaremos uma sensação de "que pena" no ar?

Rest in peace, Mr. Jackson. Até o dia do Juízo Final.

Norberto Filho
04/07/2009

terça-feira, 30 de junho de 2009

Brasil 3 x 2 EUA

Domingo, 28 de junho de 2009
Meu plano nesta tarde era simplesmente fazer uma faxina no banheiro. Nada de mais. Mas me lembrei que às 15h30 aconteceria a final da Copa das Confederações e, claro, o Brasil estaria lá, jogando contra a inesperada seleção dos Estados Unidos.

Até aí tudo bem, meu coração torcedor me garantia que a taça já era nossa. A partida seria mera formalidade.

No horário previsto eu coloco a TV virada para a porta do banheiro. Sim, o banheiro que eu já deveria ter limpado. Não é só o jogo da seleção que interfere na nossa vida. Os momentos prévios, a preparação da pipoca, os palpites, as escalações que cada um monta... Aliás, na realidade, poucos são os que sabem os nomes de todos os jogadores, eu mesmo só me lembro do Robinho, do Kaká, do... do... Luiz Fabiano, claro... do... como é mesmo o nome daquele outro? Ah, o Lúcio, sim. Parece que tem um tal de Ramirez (que não acerta um cruzamento) e o... o... Elano. Ok. Estamos prontos para o jogo. E para a faxina.

Enquanto limpo a pia vejo estarrecido um golaço de um tal de Dempsey no Júlio Cesar. No começo do jogo! Que petulância! Quem é esse cara, pra fazer um gol no Brasil em plena final? Que audácia!

Tento me refazer e colocar de volta uns 50% de atenção na faxina, mas os brasileiros tentam mandar alguma bola no gol daquele goleiro atrevido... Como se não bastasse o cara ser bom, ainda tinha que ficar com aquele sorrizinho maroto?

Novo ataque do Brasil. Novo contra-ataque dos gringos. Caramba, ele tá livre, tocou pro outro, ___Toma essa bola!!!, não, ele limpou! E chutou!!! E marcou!!! Não é possível!! Agora foi o Donovan. Nunca ouvi falar... Outro abusado! Não respeita o Brasil, não?? Folgado, atrevido...

Daí pra frente já não tenho interesse no jogo. Converso comigo mesmo, pergunto se vale a pena ficar assistindo, torcendo, sofrendo... Também, o Dunga não tira o Ramirez... Por que não faz substituição? O primeiro tempo vai acabar... O comentarista da TV faz coro comigo e protestamos, inconformados... Deixa os americanos levarem, mesmo...

Na hora do intervalo consigo avançar na minha faxina. Agora falta pouco para terminar. E começa o segundo tempo...

Quando o juiz apita minha atenção está toda no box. De repente o narrador se exalta e largo tudo para ver o incrível gol do Luiz Fabiano a um minuto do segundo tempo. Começo a achar que não está tão ruim assim... Afinal, o Brasil é o Brasil, né? Aos 14 estou lá, esponja na mão, olho colado na TV, grito gol com os jogadores, mas o competente bandeirinha, que marcou um monte de impedimentozinhos NÃO VIU a bola entrar!!!! Eu vi, você, viu, o estádio inteiro viu, a mãe do juiz viu, mas o bandeira não viu!!! Como é que pode???

Tudo bem, vamos relaxar. Ainda dá pra empatar e partir para a prorrogação. Vou terminar logo este box. O narrador se exalta de novo aos 29 minutos. Luiz Fabiano fez o segundo! Yes!!! This is for you, Uncle Sam!!!

Minha mente me lembra que a faxina não terminou, mas meus olhos grudaram na tela...

39 minutos, Elano cobra escanteio (até que enfim tiraram o Ramirez) na cabeça do Lúcio! TRÊS!!!! TRÊS!!! Fora, Estados Unidos!!! Brasil, Brasil, Brasil!!!! A faxina está paralizada, como o resto do País naquele momento... Tento voltar, mas o olho quer ver se já está nos 45... O quê? Três minutos de acréscimo??? Esse juiz 'tá louco!!! Acaba logo!!! acaba logo!!!
É isso aí!!! É!! CAMPEÃO!!! É!! CAMPEÃO!!!

Transe durou alguns minutos... Eu tinha que ver a premiação, as entrevistas, o Lúcio erguendo a taças, os jogadores e a comissão técnica fazendo oração, aquelas coisas todas, mas minha mente me lembrou de novo que faxina não tinha acabado...

Pois é... Foi legal, mas eu tenho que voltar à realidade... Pelo menos a minha realidade... e fui terminar a faxina...

Primeira Postagem

Olá.

Esse é meu primeiro post. Ou é postagem? Tudo bem. Vamos escrever em português.

Espero que gostem.

Prometo que as próximas postagens serão melhores.

Aceito comentários, opiniões, criticas e seja lá o que for que você quiser escrever.

Só que me reservo o direito de não publicar, se não quiser.

Que Deus te abençoe.

Abraço