quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Aborto ou assassinato?


Conta-se que um missionário estava em um lugar remoto quando passou na beira de um rio e viu uma mulher com duas crianças. Uma no colo e a outra ao lado. Ocorre que no rio havia crocodilos.
Admirado, o homem questionou o que a mulher fazia ali, diante dos répteis. A resposta foi: "Estou aqui adorando o meu deus, o crocodilo". Ainda atordoado pela resposta o homem seguiu seu caminho. Quando retornou, a mulher ainda estava lá, ainda com uma das crianças nos braços. Como não viu a outra, indagou a mulher pela pequena. "Eu a ofereci ao meu deus." foi a resposta da mulher."¹

Esta estória lhe chocou? Por que? Hoje no Brasil cerca de um milhão² (você não leu errado) de crianças também são oferecidas a deuses. Não crocodilos e afins, mas os deuses orgulho, carreira, vergonha, desespero e outros tantos, principalmente o deus egoísmo... Isso é ainda mais chocante.

Estou falando de aborto voluntário. Antes quero esclarecer que não me refiro às mulheres que sofrem aborto espontâneo. Isso é algo que não está no controle de ninguém. Também não falo sobre os casos que a Lei prevê. Falo especificamente sobre os abortos que ocorrem por livre vontade dos pais da criança. Não quero também discutir quando a vida inicia. Isso não me importa, já que um simples óvulo fecundado, a meu ver, é um ser humano em potencial.

Sei que vão dizer que a questão está nas pessoas mais pobres, que não tem instrução, que não tem acesso aos recursos para um aborto mais seguro. Mas você viu alguma destas mulheres na TV ou em Brasília, fazendo passeata ou protesto pela discriminalização do aborto? Eu também não. Estas pessoas não vão procurar o SUS para fazer aborto, caso a lei seja modificada, porque, entre outros motivos, não há hospital por perto e também porque elas não tem noção nenhuma sobre métodos contraceptivos.

Ou seja: nada vai mudar. As crianças continuarão morrendo e as mães (?) continuarão sofrendo e até morrendo. Então, a quem interessa a mudança na lei? Interessa somente às pessoas que querem cometer assassinatos. Sim, assassinatos, porque eu não posso dar outro nome à morte de crianças por puro capricho daqueles que deveriam lhes preservar a vida. Se você não fica chocado com estas mortes, por favor não fique com a da criança que foi oferecida ao crocodilo.

O que precisa ser feito é um trabalho muito diferente, de educação e instrução, para que qualquer pessoa possa decidir quando e se quer gerar filhos. A partir do momento que estes foram gerados, tem direito de nascer. Negar este direito é assassinato. Querer fugir da responsabilidade de responder por este crime é, no mínimo, vergonhoso.

1. http://noticias.r7.com/internacional/noticias/pais-oferecem-bebes-a-crocodilos-em-festival-religioso-no-paquistao-20100614.html
2. http://oglobo.globo.com/pais/mat/2007/05/30/295957896.asp

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Candidato sem número

Recebi a seguinte carta de um candidato

Caro Amigo(a),

Estou lhe escrevendo ara falar de futuro. De um futuro muito próximo. Daquilo que esperamos para o bem de nossos filhos, de nossa família. Porque é assim que vejo as eleições: uma grande oportunidade de escolher o caminho que queremos para o nosso futuro. E essa escolha é muito importante. Afinal, nenhum político alcança um mandato sem votos. Quando você vota, escolhe um caminho.

Tenho trabalhado bastante para que o presente e o futuro de pessoas como você sejam cada vez melhores. Foi por meio do seu voto que consegui a implantação do Curso de Medicina para a nossa Universidade. Graças à sua confiança pude obter recursos para muitas obras de pavimentação, beneficiando diversos bairros de Ponta Grossa. Também foi determinante seu apoio para obtenção de verbas que permitam a construção de diversas escolas, como a do Parque Nossa Senhora das Graças, que obedece a padrões internacionais. Enfim, foi seu voto que proporcionou a construção de tantas obras de destaque na cidade.

Quem me conhece sabe que não faço política numa relação candidato – eleitor, porque considero cada um que me apóia como um amigo, ou seja, somente conquistei eleições passadas graças ao apoio dos meus amigos. Assim sendo, novamente, preciso de você.

Sei que vamos conseguir muito mais, pois ainda guardo o otimismo da juventude para sonhar e realizar. Por isso, espero contar com o seu voto e apoio para Deputado Estadual e construir um Novo Paraná: melhor para você e sua família.

Confesso que estou com o ânimo redobrado para esta disputa. A razão é muito simples; pela primeira vez faço campanha para um candidato a governador da minha geração: Beto Richa, amigo pessoal de muitos anos e que, além de competente, representa o novo. É a síntese da política que todos sonham: com valores, com seriedade, com respeito e com resultados.

Estamos Juntos nesta jornada.

Venha conosco: Plauto para Deputado Estadual e Beto Richa para Governador.

Um Grande Abraços,

PLAUTO E BETO: UNIDOS POR UM NOVO PARANÁ

Respondi o seguinte:

Caríssimo candidato.
Agradeço sua carta mas acredito que a sua campanha não dará resultados, por alguns motivos :


  1. você não diz de onde é;
  2. você não diz que universidade é esta onde você ajudou a implantar o curso de Medicina
  3. não tenho nada contra o Beto Richa, mas ele tem com ele alguns que eram da turma do Lerner
  4. Quais foram (alguns) dos outros projetos que você propôs (ou apoiou) nos últimos quatro anos?
  5. Você é a favor da família ou da união de pessoas do mesmo sexo?
  6. Você é a favor da descriminalização do aborto?
  7. Você ficou contra ou a favor da mesa da Assembléia quando descobriram os "atos secretos"?
  8. Você apóia o PT?
  9. quantos erros de digitação!
  10. E o pior de tudo, imperdoável: você não indicou o seu número nem o seu partido... Fala sério... Como eu votaria em você???